Par a conversa de hoje, vamos fazer algumas apresentações. Neste episódio, vamos falar de política e de cidadania. Vamos discutir democracia. Primeiro, vou te contar o que o dicionário define como deliberação: 1- debate com o objetivo de resolver algum impasse ou tomar uma decisão. 2. questionamento, reflexão tendo em vista a resolução de um problema ou o planejamento de uma atitude. Certo, isso já nos dá pistas para entender o que é a democracia deliberativa. Mas antes de partir pro debate, uma segunda apresentação se faz necessária: vou te contar rapidinho de um alemão chamado Jürgen Habermas. Ele é filósofo, sociólogo, nasceu em 1929 e tá vivo, ativo, escrevendo, pensando. Por que eu estou falando dele? Porque ele é bem importante nessa proposta de democracia deliberativa e, como propositor do modelo, vai aparecer em algumas conversas de hoje. Eu vou me arriscar numa simplificação, peço desculpas às especialistas se eu exagerar nos termos leigos, mas as entrevistas que vêm na sequência vão deixar tudo em boas mãos. Bom, pra entender um ponto importante do que Habermas propõe, imagine a sociedade como uma estrada com duas mãos. De um lado, circulam informações especializadas, técnicas. De outro, o senso comum, as informações gerais que circulam de boca em boca, a partir das nossas experiências. Para chegar a um lugar de resoluções, precisamos de uma intersecção entre as duas mãos da pista – talvez uma rotatória, onde a informação especializada possa se encontrar com a linguagem comum, sendo traduzida, virando palatável para quem não é especialista; e a informação geral, que circula na esfera pública, ganha embasamento especializado, para que as experiências das pessoas, as demandas vindas das nossas vivências, tenham respaldo técnico. Quando esse encontro acontece, temos a possibilidade de usar a linguagem comum para ajudar a construir políticas, para guiar ações do Estado. Essa ideia é que vai moldar as experiências que você vai conhecer aqui e que vão nos ajudar com reflexões sobre a ampliação da participação cidadã na nossa democracia. Vem com a gente!
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