“Todas as vezes que encontrei ilhas de excelência no Brasil, seja lá onde for, sempre, SEMPRE achei em suas raízes a figura de um líder forte. O visionário que conduziu a equipe para o sucesso. Pergunto-me quantas das suas decisões foram tomadas por consenso... É claro que os líderes mais modernos têm mecanismos para que suas equipes participem do processo de transformação de dados em informação e de sua análise. Mas, com certeza, eles também têm um limite para discussão e, no momento de decidir, dão a palavra final. Cabe a eles a ordem, o risco. E o povo segue (...) Então, aqui vai meu pedido: Consenso, presidente? SIM! Mas só quando tiver tempo. Discuta, sim. Pergunte, sim. Mas não espere, lidere. Mande. Assuma a responsabilidade. (...) O Brasil não precisa de processos nem de planos elegantes. Muito menos de blablablá. O Brasil precisa de líderes, de pulso firme, de coragem e de decisão. E a história colocou essa oportunidade em suas mãos. Agarre-a com todos os dedos. “Ah, mas falta um!” — alguém há de dizer. Não faz mal, presidente. O senhor tem no mínimo mais 540 milhões de dedos para ajudar...” Esses são trechos de um texto, cheio de uma esperança ingênua, que escrevi em 2003, logo após a posse de Lula em seu primeiro mandato. Está em meu livro Brasileiros Pocotó, lançado em 2004. Naquele ano eu esperava muito... De lá para cá o Brasil mudou enormemente. A democracia se consolidou como instrumento para populistas e totalitários, o bem estar da população é acessório, a política do Tudo Bem, Se Me Convém, que era praticada de forma escondida, institucionalizou-se. Aquele parágrafo único da Constituição: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição." virou conversa pra boi dormir. Quem exerce o poder é uma elite que se auto-elege e protege. O povo não pode nada além de torcer. Bem, eu não vou torcer contra o governo que aí está, minhas energias estarão em me proteger dele. E acordar toda manhã rezando para eu estar errado. E começo calibrando minhas expectativas, com a frase do Barão de Itararé. “De onde menos se espera, é daí que não sai nada mesmo”. Boa sorte pra nós, bem-vindo a 2023. Continuo a reflexão neste vídeo.
https://www.youtube.com/watch?v=R05lac1WzgM&feature=youtu.be Gostou? De onde veio este, tem muito, mas muito mais. Torne-se um assinante do Café Brasil e nos ajude a continuar produzindo conteúdo gratuito que auxilia milhares de pessoas a refinar seu processo de julgamento e tomada de decisão. Acesse http://mundocafebrasil.comSee
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