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  • Ensino de matemática, popularização da ciência e desenvolvimento nacional

    25 JUN. 2024 · Educação matemática de qualidade é um fundamental para o desenvolvimento do país   A matemática desempenha um papel crucial na sociedade moderna, sendo fundamental para o avanço científico, tecnológico e econômico. No Brasil, a superação dos estigmas associados à matemática é essencial para promover a educação de qualidade e impulsionar o desenvolvimento nacional.   Muitos estudantes enfrentam dificuldades com a matemática, frequentemente percebida como uma disciplina inacessível. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), uma das razões para essa percepção é a formação precária de professores, especialmente nas séries iniciais do ensino fundamental. Este déficit na formação impacta negativamente a habilidade dos alunos em compreender conceitos matemáticos de forma significativa, muitas vezes limitando o aprendizado a memorização de regras sem entendimento profundo. Mas a SBM vem trabalhando para mudar esse cenário. “Acredito que é muito importante desmistificar isso e mostrar que a matemática pode sim ser acessível a todos e todas que queiram estudar matemática”, afirma Jaqueline Godoy Mesquita, professora do Departamento de Matemática da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da SBM.   Para ela, a popularização da ciência, incluindo a matemática, é fundamental para criar uma sociedade mais informada e curiosa. Iniciativas como museus de ciência e tecnologia desempenham um papel vital nesse processo. Especialmente porque, segundo Jaqueline Mesquita, a matemática é uma ferramenta indispensável no cotidiano. “Nós usamos a matemática para tudo, desde a senha do banco até para atravessar uma rua”. Assim, desde a gestão financeira pessoal até a tomada de decisões informadas em diversas áreas profissionais, a compreensão matemática capacita os indivíduos a resolver problemas e inovar.   A educação matemática de qualidade é um pilar para o desenvolvimento nacional. Superar os estigmas associados à matemática e promover sua popularização são passos essenciais para preparar uma geração capaz de enfrentar os desafios do futuro e contribuir para o progresso científico e social do Brasil. “Temos visto nesses últimos anos, com essas emergências climáticas e também com o período da pandemia, que estamos enfrentando vários desafios globais. E justamente quando olhamos para esses desafios globais, vemos que não tem como avançarmos sem a matemática. Porque as tomadas de decisão (desde período de quarentena, tempo entre as vacinas, ou mesmo previsão do tempo) são baseados em modelos matemáticos”, pontua Jaqueline Mesquita. “Então vemos que, de fato, é importante que a nossa população tenha esse conhecimento matemático mais aprofundado, inclusive para atuar em outras áreas do conhecimento”, conclui.
    Escuchado 17m 9s
  • Economia verde e desenvolvimento sustentável

    13 JUN. 2024 · Transição para uma economia verde é fundamental para mitigar impacto das mudanças climáticas e garantir sustentabilidade do planeta A ideia de que podemos continuar com nossas práticas econômicas e sociais atuais é uma ilusão perigosa. Os eventos ambientais extremos – cada vez mais frequentes e intensos –comprovam isso. Para Ricardo Abramovay, continuar seguindo a lógica de explorar o meio ambiente sem pensar nas consequências acaba com qualquer chance de reverter, ou mesmo mitigar, os efeitos das mudanças climáticas.   “A maneira com que usamos os serviços ecossistêmicos – como utilizamos os sistemas climáticas, a biodiversidades, a capacidade de absorver água por parte das cidades, a presença de carros nas ruas – vem em primeiro lugar do setor privado. E lógica desse setor até aqui tem sido ‘eu não tenho nada a ver com mudança climática’, ou ‘mudança climática é um assunto do governo’”, explica o professor da Cátedra Josué de Castro da Faculdade de Saúde Pública e do Instituto de Energia e Ambiente, ambos da USP. “Mas essa lógica acabou. A lógica não pode mais ser ‘o que eu vou ganhar com isso’. A lógica tem que ser ‘o que eu, como empresa, ofereço para a sociedade, vai contribuir para prejudicar ou para regenerar os serviços ecossistêmicos?’”, pontua.   Neste cenário, a economia verde considera a finitude dos recursos naturais, os serviços ecossistêmicos e os limites planetários estabelecidos pela ciência, oferecendo uma abordagem prática e concreta para a implementação dos princípios da sustentabilidade. Trata-se de um modelo que integra práticas de produção, distribuição e consumo dentro desses limites, promovendo a sustentabilidade e a justiça social. A transição para uma economia verde é impulsionada por mudanças regulatórias e pela evolução da consciência dos consumidores. No entanto, essa transição apresenta desafios significativos. Países desenvolvidos, com suas pegadas ecológicas maiores, precisam reduzir seu impacto ambiental, enquanto os países em desenvolvimento devem encontrar maneiras de crescer economicamente sem repetir os erros dos mais ricos. “O Brasil, com sua matriz energética de baixa intensidade de carbono, tem uma oportunidade única de liderar pelo exemplo, esverdeando ainda mais sua economia e aproveitando suas vantagens naturais”, defende Ricardo Abramovay.
    Escuchado 40m 45s
  • A influência do mundo digital sobre a divulgação científica e as manifestações culturais

    27 MAY. 2024 · Novas formas de comunicar e interagir trazem novos desafios para comunicar a ciência e a cultura As tecnologias da comunicação e o mundo digital têm transformado profundamente a dinâmica da vida em sociedade, impactando tanto a divulgação científica quanto as manifestações culturais. Uma das principais preocupações neste cenário é o fenômeno das fake news, que, segundo a estudiosa Lucia Santaella, pode ser considerada a praga da internet moderna. “O que acontece, do meu ponto de vista, é que vivemos uma cultura, infelizmente, extremamente dicotômica, onde as pessoas se encontram em bolhas”, explica Lúcia Santaella, coordenadora da Pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, Diretora do Centro de Investigação em Mídias na PUC-SP e presidente honorária da Federação Latino-Americana de Semiótica. Para ela, as mídias sociais acabam favorecendo essas bolhas, aproximando grupos com opiniões favoráveis e afastando aqueles com ideias contrárias – muitas vezes de forma violenta. “Isso sem que tenha a chance de examinar quais são as informações disponíveis para poder ter uma avaliação mais segura sobre onde estou, com o que eu vou concordar, e assim por diante”. Nesse ambiente, as fake news encontraram campo fértil para crescerem. No Brasil, o auge dos debates sobre fake news ocorreu durante o processo eleitoral de 2018, quando ficou evidente que essas notícias falsas proliferam principalmente nas redes sociais, controladas por algoritmos de inteligência artificial. “Se o cidadão não está bem informado, ele vai acreditar naquilo que está grudado nas suas crenças”, alerta Lucia Santaella. Para combater essa desinformação, é essencial promover a informação baseada na ciência. A ciência, diferentemente da arte e da literatura, oferece um conhecimento que penetra nos meandros mais íntimos da realidade física, química, biológica e social. É por meio de uma educação científica robusta que a sociedade pode desenvolver a capacidade de discernir entre fatos e ficções, fortalecendo a base para decisões políticas mais informadas e conscientes. “Preciso levar essa informação para a maior parte de pessoas possíveis, tentar fazer com que participem desse processo. A educação é crucial para lidar com essa nova realidade”, conclui.
    Escuchado 46m 21s
  • Aziz Ab’Sáber e o planejamento ambiental

    22 ABR. 2024 · Geógrafo defendia que planejar era fundamental para a preservação do meio ambiente e a saúde da sociedade   No cenário contemporâneo, onde as pressões sobre os recursos naturais são cada vez mais intensas, a preservação do meio ambiente é uma questão de sobrevivência, não apenas para as espécies que habitam o planeta, mas também para a própria humanidade. Aziz Ab’Sáber, renomado geógrafo brasileiro, compreendeu profundamente essa necessidade. E também afirmava que, para tanto, planejar era fundamental.   Para Ab’Sáber, o planejamento ambiental não era apenas uma questão técnica, mas também ética. Ele destacava a importância de considerar as interações complexas entre os seres humanos e o ambiente que os cerca. “O planejamento tem que ser outro”, afirma Cláudio Antônio di Mauro, professor aposentado e ex-diretor do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). “Tem que levar em conta os componentes da natureza, a quantidade de precipitação pluvial, a necessidade de estabelecer áreas que não podem ser ocupadas por construções, que precisam estar reservadas para acúmulo de água. Além disso, os rios não podem ser utilizados da maneira como são em suas margens, impermeabilizando tudo. Isso tem trazido gravíssimas consequências para os lugares onde a sociedade vive”, pontua.   Aziz Ab’Sáber alertava para os efeitos devastadores da degradação ambiental nas cidades: poluição do ar, escassez de água, perda de biodiversidade, entre outros. Ele defendia que a preservação dos ecossistemas naturais não era apenas uma escolha, mas uma necessidade para garantir a qualidade de vida das pessoas nas áreas urbanas. A influência de Aziz Ab’Sáber nas políticas públicas para a preservação do meio ambiente no Brasil é inegável. Sua visão abrangente e suas pesquisas embasaram diversas iniciativas governamentais voltadas para a conservação dos recursos naturais.   Ab’Sáber defendia a importância de uma gestão ambiental participativa, que envolvesse a sociedade civil, os governos e as empresas. Ele destacava a necessidade de uma abordagem integrada, que considerasse não apenas as questões ambientais, mas também as dimensões sociais e econômicas. “Ele mostrou que os componentes da natureza tinham que ser entendidos na sua integralidade”, explica Cláudio di Mauro. “Se a ciência não levar em conta o interesse daquele homem ribeirinho, que está na beira do rio, que sofre todo ano com transbordamento, e das outras comunidades que vivenciam isso, se eles não forem chamados para participar, nós corremos o risco de ter uma relação que não é saudável na construção do planejamento”, finaliza.
    Escuchado 37m 30s
  • A Física brasileira após Cesar Lattes

    15 MAR. 2024 · Cientista contribuiu com avanços notáveis para a ciência no Brasil   César Lattes é uma figura icônica na história da física brasileira, conhecido por suas descobertas revolucionárias e contribuições inestimáveis para a ciência. Sua pesquisa pioneira sobre partículas subatômicas, culminando na identificação do méson pi, não apenas expandiu os horizontes da física nuclear, mas também colocou o Brasil no mapa da pesquisa científica global.   Uma das contribuições mais marcantes de Lattes para a comunidade científica foi sua descoberta do méson pi, uma partícula fundamental para a compreensão das forças nucleares. Mesmo sem receber o Prêmio Nobel de Física, para o qual foi indicado sete vezes, Lattes continuou incansavelmente seus estudos. Em seus experimentos no Monte Chacaltaya, na Bolívia, confirmou suas teorias e identificou o méson pi, uma partícula crucial para a compreensão da física nuclear pós-guerra. Suas descobertas não apenas avançaram o conhecimento científico, mas também inspiraram uma nova geração de cientistas no Brasil. “Não é possível pensar a ciência no Brasil sem o Lattes”, afirma Antonio Augusto Videira Passos, professor do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Para o pesquisador, Cesar Lattes não apenas ajudou a apontar novos caminhos para a física de partículas, mas também contribuiu significativamente para ao avanço da ciência nacional.   Após suas experiências no exterior, em 1949, Lattes retornou ao Brasil. Reconhecido como um dos maiores cientistas brasileiros, Lattes desempenhou um papel crucial na fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Sua dedicação incansável à busca do conhecimento e sua coragem em explorar novos horizontes fizeram dele um ícone da ciência brasileira e um exemplo vivo do potencial científico do país. “Fazer ciência é ter ousadia, é ter curiosidade, é gostar do caminho que se está percorrendo. A pessoa que quer se dedicar à ciência tem que ter a mente aberta e estar sempre preparada para corrigir sua rota. E o Lattes era assim”, finaliza Antonio Videira.
    Escuchado 23m 46s
  • Cesar Lattes e os institutos de ciência

    6 MAR. 2024 · Cientista contribuiu para a fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico César Lattes é um os cientistas brasileiros mais renomados. Sua trajetória demonstra não apenas um comprometimento com a ciência, mas também com o desenvolvimento científico do Brasil. O físico tornou-se conhecido por descobrir a partícula subatômica méson pi (píon). Seu trabalho acabou recebendo o Prêmio Nobel de Física — mas ele ficou de fora da premiação, gerando uma controvérsia que perdura até hoje. Aliás, ele foi indicado sete vezes ao prêmio, sem nunca ser agraciado. Para além de suas descobertas científicas, Cesar Lattes foi fundamental para a consolidação da física no país e para a criação de vários institutos e centros de pesquisas. Um deles foi o https://www.gov.br/cbpf/pt-br, que ajudou a fundar em 1949. A criação do CBPF não foi apenas um ato de pioneirismo científico: foi também um movimento estratégico para consolidar o desenvolvimento da ciência no Brasil. O CBPF foi, portanto, mais do que um espaço de estudo. Foi uma resposta à necessidade de investimentos fora do ambiente universitário tradicional. “O Cesar Lattes utilizou seu imenso capital científico para contribuir para a institucionalização e o avanço da ciência brasileira”, aponta Ana Maria Ribeiro de Andrade, pesquisadora titular aposentada do https://www.gov.br/mast/pt-br e autora de obras como “Físicos, Mésons e Política: a dinâmica da ciência na sociedade” (Hucitec, 1999). Além do CBPF, Lattes foi um dos fundadores de instituições que moldaram a ciência brasileira, como a https://www.gov.br/cnpq/pt-br, uma entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para incentivo à pesquisa no Brasil. Ainda contribuiu para a consolidação do Centro Nacional de Energia Nuclear (1968); e do Instituto de Física que recebe o nome de seu fundador, Gleb Wataglin, na https://www.unicamp.br/unicamp/. “A importância de Lattes para a ciência no Brasil vai além do méson pi. Ele deixou um imenso legado, que persiste até hoje”, finaliza Ana Maria Ribeiro.
    Escuchado 29m 52s
  • O desastre em Mariana e a luta pela recuperação do Rio Doce - parte 3

    3 NOV. 2023 · Série de podcast especial para a Ciência & Cultura analisa o impacto do rompimento da Barragem do Fundão e os desafios contínuos na restauração ambiental e social Em 5 de novembro de 2015, um marco trágico ecoou pelos vales de Mariana, quando a Barragem do Fundão, pertencente à Samarco Mineração S.A., sucumbiu, desencadeando um dos piores desastres ambientais da história brasileira. O acidente liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama - rejeitos que podem devastar grandes ecossistemas. A enxurrada de rejeitos alcançou o Distrito de Bento Rodrigues, a aproximadamente 5 km de distância, seguiu para o Rio Gualaxo do Norte, percorrendo 55 km até desembocar no Rio do Carmo e, posteriormente, atingir o Rio Doce. Os danos se estenderam pelo litoral do Espírito Santo, gerando impactos ambientais devastadores que persistem até os dias atuais. Em uma série de três episódios, o podcast produzido pela https://www.univale.com/ especialmente para a https://revistacienciaecultura.org.br/, traz três olhares diferentes – de especialistas, de ONGs e de quem vivenciou a tragédia - sobre o desastre de Mariana, suas consequências, e as estratégias necessárias para a recuperação ambiental.
    Escuchado 1h 47m 21s
  • O desastre em Mariana e a luta pela recuperação do Rio Doce - parte 2

    3 NOV. 2023 · Série de podcast especial para a Ciência & Cultura analisa o impacto do rompimento da Barragem do Fundão e os desafios contínuos na restauração ambiental e social Em 5 de novembro de 2015, um marco trágico ecoou pelos vales de Mariana, quando a Barragem do Fundão, pertencente à Samarco Mineração S.A., sucumbiu, desencadeando um dos piores desastres ambientais da história brasileira. O acidente liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama - rejeitos que podem devastar grandes ecossistemas. A enxurrada de rejeitos alcançou o Distrito de Bento Rodrigues, a aproximadamente 5 km de distância, seguiu para o Rio Gualaxo do Norte, percorrendo 55 km até desembocar no Rio do Carmo e, posteriormente, atingir o Rio Doce. Os danos se estenderam pelo litoral do Espírito Santo, gerando impactos ambientais devastadores que persistem até os dias atuais. Em uma série de três episódios, o podcast produzido pela https://www.univale.com/ especialmente para a https://revistacienciaecultura.org.br/, traz três olhares diferentes – de especialistas, de ONGs e de quem vivenciou a tragédia - sobre o desastre de Mariana, suas consequências, e as estratégias necessárias para a recuperação ambiental.
    Escuchado 1h 50m 32s
  • O desastre em Mariana e a luta pela recuperação do Rio Doce - parte 1

    3 NOV. 2023 · Série de podcast especial para a Ciência & Cultura analisa o impacto do rompimento da Barragem do Fundão e os desafios contínuos na restauração ambiental e social Em 5 de novembro de 2015, um marco trágico ecoou pelos vales de Mariana, quando a Barragem do Fundão, pertencente à Samarco Mineração S.A., sucumbiu, desencadeando um dos piores desastres ambientais da história brasileira. O acidente liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama - rejeitos que podem devastar grandes ecossistemas. A enxurrada de rejeitos alcançou o Distrito de Bento Rodrigues, a aproximadamente 5 km de distância, seguiu para o Rio Gualaxo do Norte, percorrendo 55 km até desembocar no Rio do Carmo e, posteriormente, atingir o Rio Doce. Os danos se estenderam pelo litoral do Espírito Santo, gerando impactos ambientais devastadores que persistem até os dias atuais. Em uma série de três episódios, o podcast produzido pela https://www.univale.com/ especialmente para a https://revistacienciaecultura.org.br/, traz três olhares diferentes – de especialistas, de ONGs e de quem vivenciou a tragédia - sobre o desastre de Mariana, suas consequências, e as estratégias necessárias para a recuperação ambiental.
    Escuchado 1h 37m 21s
  • Cooperação científica na América Latina

    10 OCT. 2023 · União entre países latinos pode fortalecer a ciência global Na América Latina, a cooperação científica e tecnológica entre países da região desempenha um papel crucial no desenvolvimento e progresso científico. No entanto, essa colaboração enfrenta desafios significativos, especialmente quando comparada com os países do Norte Global, que muitas vezes têm vantagens estruturais e de tradição. Um dos principais desafios é o desequilíbrio de recursos e capacidades. Países do Norte Global muitas vezes possuem investimentos substanciais em pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura de ponta e recursos humanos altamente qualificados. Isso cria uma disparidade significativa em relação aos países da América Latina, que podem enfrentar limitações orçamentárias e falta de infraestrutura moderna. Para Tiago Braga, diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, onde atua também como líder do Laboratório de Informação e Sociedade, é preciso repensar a avaliação da ciência em nível mundial. “Precisamos pensar como essa ciência feita no Sul Global pode ser valorizada e pode ser considerada relevante a partir de outros mecanismos que não os tradicionais, porque se continuarmos nos mecanismos tradicionais, quem já está na frente, que tem uma estrutura pronta, sempre vai ter uma vantagem”. Outro desafio é a falta de coordenação e estratégia regional. A colaboração científica e tecnológica pode ser mais eficaz quando há uma abordagem regional unificada. No entanto, a América Latina muitas vezes carece de mecanismos eficazes de coordenação e estratégia, o que pode dificultar a maximização dos benefícios da cooperação. “Um dos principais desafios que temos que enfrentar é a construção de redes – e o Brasil tem um papel muito importante nisso, porque ele é um grande país produtor de ciência no Sul Global”, afirma Tiago Braga. “Esses conhecimentos devem ser disponibilizados numa rede que tenha visibilidade internacional capaz de permitir que as pesquisas e os conteúdos criados a partir dos investimentos nacionais possam ser disponibilizados e acessados em outras estruturas internacionais”. Apesar desses desafios, a cooperação científica e tecnológica entre países da América Latina continua sendo essencial para enfrentar os desafios globais, impulsionar o desenvolvimento econômico e melhorar a qualidade de vida das populações da região. Superar esses obstáculos exigirá um compromisso contínuo com a colaboração regional, investimentos em infraestrutura e recursos humanos, além de estratégias de financiamento inovadoras para impulsionar a pesquisa e a inovação na América Latina. “Precisamos fazer um movimento de abertura da pesquisa de abertura dos processos científicos que são só nossos. “Para a gente fazer esse movimento de abertura, também precisamos fazer esse movimento paralelo que é de fortalecimento das estruturas informacionais nacionais. A ciência aberta tem que vir necessariamente atrelada a um investido em infraestrutura para pesquisa”, defende Tiago Braga.
    Escuchado 23m 37s

Podcast da revista Ciência & Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Entrevistas e bate-papos com especialistas em temas de ciência, cultura e suas inúmeras conexões com...

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Podcast da revista Ciência & Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Entrevistas e bate-papos com especialistas em temas de ciência, cultura e suas inúmeras conexões com nossas vidas. Números mensais em publicações temáticas trimestrais. Cada episódio, muitas descobertas.
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