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Podcasts da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
2 DIC. 2022 · Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo IBGE em setembro de 2020, constatou que dos 162 milhões de brasileiros, acima de 18 anos, 34 milhões perderam 13 dentes ou mais. A melhor solução para essa realidade ainda é a prevenção, ou seja, higiene bucal eficiente desde a infância e consultas regulares ao dentista. Mas, mesmo assim, muitos precisam restaurar os dentes e as causas podem ser várias, ou por cárie, por lascados entre outros. As restaurações são procedimentos que reconstroem a forma, função e estética do dente e precisam de cuidados, tanto do profissional que a faz, como do paciente. Elas também têm tempo de duração, como conta o professor Carlos Eduardo Francci, do Departamento de Biomateriais e Biologia Oral da Faculdade de Odontologia (FO) da USP. O professor explica que, além do restauro para eliminar a cárie ou corrigir rachaduras e pedaços quebrados, o restauro também é utilizado em situações mais específicas, como, por exemplo, quando há espaços entre os dentes e eles são pequenos para a arcada dentária. “Esses espaços, chamados diastemas, podem ser preenchidos com um aumento do contorno dos dentes, isso também pode ser chamado de restauração, então restaurar é também para dar a forma mais adequada para a estrutura dental.” Sobre os materiais utilizados para as restaurações, o professor diz que, após limpeza é aplicado um ácido no esmalte, seguida de uma colinha na estrutura dental e de uma luz para polimerizar (processo químico) e aquele espaço é preenchido com resina composta em camadas, fazendo nuances estéticas com cores diferentes para ficar o mais natural possível ou colado ali a uma restauração de cerâmica. “Essas são as formas mais comuns, mas também pode ser feita a restauração com cerâmica, em laboratório e fora da boca, com a resina composta também, mas, no geral, são utilizados basicamente esses dois materiais.” O tempo de duração de uma restauração com resina composta, diz o professor, é em média de oito anos ou mais. “Com o passar dos anos ela tende a absorver um pouco mais de fluidos e isso vai gerando uma degradação nas suas cadeias poliméricas, ou seja, na estrutura da resina composta, ela pode começar a se pigmentar e deixar marcas.” Já as cerâmicas, segundo Francci, a vida útil estimada é de 15 anos ou mais. “Nem todas as restaurações vão ter essa vida útil. Por questões estéticas, geralmente após um clareamento, o paciente sente necessidade de trocar as restaurações.” O professor lembra que é consenso entre os profissionais da odontologia que deve existir um total controle da umidade no ato da restauração, especialmente no momento de aplicar o sistema adesivo, ou seja, a colinha na estrutura dental, pois qualquer contaminação, seja por saliva com sangue ou a própria umidade da respiração, pode comprometer seriamente a colagem dessa restauração ao dente. A seleção do material, seja resina ou cerâmica, também é essencial, segundo Francci. “Um excelente polimento na superfície dessas restaurações, para que tenha o mínimo de acúmulo de placa bacteriana, é essencial para uma boa longevidade dessas restaurações.” Já o paciente, diz o professor, em geral precisa fazer aquilo que é básico, uma boa higiene bucal, uma escovação correta e uso do fio dental para sempre manter o menor acúmulo de placa bacteriana sobre estrutura dental. “Cárie não dá na restauração, ela precisa de estrutura dental natural, mas a interface da restauração com o dente é uma região de vulnerabilidade, então precisa ser mantida sempre limpa.” Produção e Apresentação Rosemeire Talamone CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB) Edição: Rádio USP Ribeirão
25 OCT. 2022 · No episódio de hoje, o professor Fausto Medeiros Mendes, da Faculdade de Odontologia da USP, campus São Paulo, responde dúvidas da ouvinte Daiane Pinheiro, da cidade de Pontal, cidade de cerca de 50 mil habitantes na região metropolitana de Ribeirão Preto. Segundo Daiane, o dentista que atende seu filho de quatro anos indicou um creme dental sem flúor e ouvinte ficou com dúvidas e quer mais informações sobre o uso deste produto. Segundo o professor, existem as pastas e cremes dentes infantis que são indicadas para as crianças, mas na ausência ou na impossibilidade de adquirir uma delas, não há problema em se utilizar a mesma que a família toda utiliza, desde que tenha em sua composição entre 1.000 e 1.500 PPM de flúor. “Essa recomendação é feita desde o aparecimento dos primeiros dentes, pelo menos duas vezes ao dia”. O professor alerta que o único efeito colateral para o uso de pasta com flúor pode ser a fluorose, e que os demais efeitos que são comentados na Internet, ou mesmo por alguns profissionais, são fake news. “Mesmo essa fluorose é leve e não causa nenhum efeito estético, além disso os benefícios da pasta com flúor para a prevenção da cárie é comprovado pelos estudos clínicos.” Mendes explica que também nas cidades com flúor na água, a recomendação é de uso de pastas de dentes com flúor, pois mesmo aumentando o risco de fluorose, ela não causa nenhum impacto significativo na qualidade de vida da criança. “O que causa impacto negativo é a cárie dentária, que pode levar à dor e problemas funcionais”. O professor recomenda que o uso de pasta por crianças deve ser feito em pequenas quantidades, logo após as refeições. “Com o estômago preenchido vai diminuir a absorção do flúor, o que minimiza o risco da fluorose, sem afetar o efeito benéfico do flúor da pasta de dente”. Produção e Apresentação Rosemeire Talamone CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB) Edição: Rádio USP Ribeirão
19 JUL. 2022 · Cuidados alimentares e visitas periódicas a profissionais qualificados podem evitar riscos à saúde geral e bucal dessas pessoas Além dos problemas odontológicos comuns a todos, as pessoas com síndrome de Down podem ter alguns desses problemas aumentados ou com maior frequência. Para falar sobre a saúde bucal do portador da síndrome de Down, esta semana conversamos com a professora Marina Helena Cury Gallotini, da Faculdade de Odontologia (FO) da USP, especialista em Patologia Bucal, Medicina Oral e Pacientes Especiais. Marina conta que os pacientes com síndrome de Down têm risco aumentado para doença periodontal, alta frequência à má oclusão e tendência de maxila atrésica (estreitamento da arcada superior no sentido transversal), pouco desenvolvida e, assim, à mordida cruzada. E, ainda, diz a professora, esse paciente tem frequência maior de dentes com distúrbios de desenvolvimento como na forma e no tamanho. Consultas longas podem levar à agitação Para a professora, a prevenção é também fundamental para o portador de Down. Porém, deve-se evitar consultas longas que possam fazer esse paciente ficar muito agitado, cansado e que o leve a perder o condicionamento que foi adquirido e que permite que seja atendido em ambulatório periodicamente. A recomendação, diz, é que as crianças de forma geral façam a primeira visita dentro do primeiro ano de vida. A primeira visita deve acontecer antes da erupção do primeiro dente, que ocorre em torno dos seis meses de vida. “Nessa consulta é importante a mãe ou cuidador receber orientações em relação à higiene, alimentação e, ainda, sobre algumas questões que essa criança pode exibir ao longo da vida.” A alimentação do paciente com Down também deve receber cuidados especiais; aquelas ricas em açúcares e carboidratos vão impor uma condição pior de saúde, com maior risco para cárie, por exemplo. “Outra questão que merece atenção são os hábitos de higiene, uma vez incorporados na rotina são realizados com mais tranquilidade e devem ser bem sólidos desde os primeiros momentos.” Visitas periódicas a um dentista são importantes. “Hoje em dia existem medidas preventivas e menos invasivas que permitem que a criança tenha doenças, como cárie, doença periodontal ou maloclusão, diagnosticadas precocemente, com isso o tratamento começa mais cedo e com melhores resultados.” Escolha do profissional Marina alerta que no atendimento da pessoa com Down é importante que o profissional se preocupe com aspectos gerais e com comorbidades. Dá, como exemplo, alterações importantes como cardiopatia congênita, que tem risco aumentado para endocardite infecciosa, além das condições comportamentais. “Cada caso tem que ser analisado de forma diferenciada.” Outro aspecto, diz a professora, é o risco aumentado de contenção física que eles impõem. “Esse paciente pode ter uma condição chamada instabilidade atlantoaxial, problema ortopédico bem conhecido especialmente nas crianças com síndrome de Down, caracterizado pela frouxidão ligamentar entre a primeira e a segunda vértebra, que aumenta o risco de danos caso uma das vértebras pressione a medula espinhal. Nesse caso movimentos bruscos e contenções são contraindicados.” Portanto, o dentista que vai atender o portador de síndrome depende do paciente. “Aquele que tem a síndrome, mas com uma saúde bem controlada, com um comportamento que aceita o tratamento e que exige muitos desafios pode e deve ser atendido por um profissional que se sinta capaz de fazê-lo. Já aqueles com muitas comorbidades, além da síndrome, devem ser atendidos por um profissional com mais experiência, nesse caso, dentistas com formação no atendimento de pacientes especiais, especialidade reconhecida no Brasil.” Produção e Apresentação Rosemeire Talamone CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB) Edição: Rádio USP Ribeirão
7 JUN. 2022 · Técnicas e escova de dentes adequadas são essenciais para se evitar a retração gengival, assim como uma boa higienização e consultas regulares ao dentista O podscast desta semana fala sobre retração gengival instalada, sugestão do ouvinte Henrique Tutini, da cidade de Catanduva, interior do Estado de São Paulo. O convidado para esclarecer as dúvidas do ouvinte é o professor João Cesar Neto, da Faculdade de Odontologia da USP, capital. Cesar Neto explica que retração gengival é quando acontece um deslocamento da margem da gengiva para a direção contrária à coroa do dente. O professor alerta que, muitas vezes, no caso de retração o dentista consegue perceber pequenas mudanças apicais da margem gengival, o que nem sempre é perceptível ao paciente, que só começa a perceber quando tem um degrau entre a coroa e a gengiva ou quando começa a sentir sensibilidade ao frio e ao calor, ou seja, quando o problema já está instalado. Sobre as causas da retração gengival, Cesar Neto diz que as mais comuns são: trauma mecânico, por escovação ou escova inadequadas e, ainda, hábitos de morder palitos, por exemplo. Uma higienização bucal ruim também pode levar à inflamação da parte periodontal, o que pode ocasionar uma reabsorção óssea e, por consequência, a retração gengival. Atualmente, diz o professor, uma das queixas de quem tem retração gengival é a estética, pois os dentes se tornam mais alongados, e, ainda, de sensibilidade, tanto quando toma algo gelado como ao escovar os dentes. O tratamento para retração gengival, segundo Cesar Neto, depende do tamanho do problema. Quando as lesões são pequenas, em estágios iniciais, o dentista busca saber a causa e orientar o paciente sobre a melhor forma de escovar os dentes e que tipo de escova utilizar, geralmente as extramacias. Já quando a retração é maior, o profissional observa se há perda de mineral e, nesse caso, trabalha com materiais restauradores. “Como a tendência da retração é aumentar, algumas vezes é necessário fazer tratamento cirúrgico para recriar o tecido em volta do dente.” O professor afirma que a melhor maneira de se prevenir retração é ter uma higienização com técnicas e escova adequadas. “Com uma retração gengival instalada pode-se utilizar uma técnica chamada Stillmam, que varre da gengiva em direção ao dente.” Para quem não tem retração, o professor indica a técnica chamada Bass, que consiste em segurar a escova com as pontas dos dedos em movimentos suaves e vibratórios. Cesar Neto lembra que, atualmente, com a longevidade cada vez maior é comum o aumento dos casos de retração gengival, por isso é muito importante a proteção das estruturas de suporte dos dentes e também as estruturas minerais, para que num momento mais avançado da vida elas tenham boa resistência. Ouça no player acima a entrevista completa do professor João Cesar Neto sobre retração gengival. Produção e Apresentação Rosemeire Talamone CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB) Edição: Rádio USP Ribeirão
21 MAR. 2022 · As lentes e lâminas vendidas pela internet são feitas de resinas, material que não tem durabilidade, no máximo dois anos, pois sofrem desgastes com produtos abrasivos, como creme dental, por exemplo, e mancham fácil por serem porosos, podem causar irritações e infecções gengivais esta semana, o professor Claudio Luiz Sendik, da Faculdade de Odontologia (FO) da USP, alerta sobre os riscos da mais nova moda para se ter um os dentes mais brancos e uniformes. A compra de lentes de contato dentais pela internet. O professor lembra que lentes de contato dentais são lâminas de cerâmica muito finas, altamente resistentes, que são colocadas nos dentes e servem para corrigir forma, tamanho e cor. “Também podem ser feitas em pequenos fragmentos, sempre coladas aos dentes e não mudam de cor. São indicadas para dentes com pequenas variações de cor, quebrados ou com muitas resinas. As lâminas são feitas em laboratório e especificamente para cada paciente. Quando sua espessura é maior, ela é denominada lâmina. O professor diz que são coladas com cimentos específicos usados em odontologia e é necessário a atuação do dentista. “As lentes para serem coladas precisam da superfície do dente tratada e isolada para não ter umidade e todo cimento, que possa ter entre os dentes ou no espaço da gengiva, tem que ter removido para que ele não funcione como um tártaro, o que pode provocar grandes irritações ou até mesmo infecções gengivais.” Com as lentes adquiridas na internet não é possível ter todos esses cuidados. “As lentes e lâminas vendidas pela internet são feitas de resinas, material que não tem durabilidade, no máximo dois anos, pois sofrem desgastes com produtos abrasivos, como creme dental, por exemplo, e mancham fácil por serem porosos. Com isso, os riscos são vários, elas se soltam, sofrem infiltrações, os contornos podem ficam com excesso, o que com a escovação ou ao passar fio dental podem levar à sangramento, o que vai causar mais dano do que beneficio. O professor ressalta que para se ter sempre os dentes branquinhos e uniformes é importante manter a higienização e visitar o cirurgião-dentista de 6 em 6 meses, seguindo todas as orientações do profissional. Produção e Apresentação Rosemeire Talamone CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB) Edição: Rádio USP Ribeirão
3 FEB. 2022 · Com isso, o professor Giuseppe Alexandre Romito, da Faculdade de Odontologia da USP, acredita que o melhor é levar à população um parâmetro para o tempo de utilização do instrumento No episódio anterior, o professor Giuseppe Alexandre Romito, da disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia (FO) da USP em São Paulo, falou da importância da substituição da escova de dente de preferência todo mês. Essa afirmação causou reações em alguns ouvintes, que questionaram a falta de evidência científica para essa afirmação. Em resposta o professor Romito esclarece que não existe na literatura científica dados robustos que indiquem com qual frequência deve-se trocar uma escova de dentes. “As poucas informações disponíveis estão baseadas em dados de estudos realizados pela indústria o que, na maioria, carece de uma avaliação independente.” O professor diz, ainda, que “o parâmetro mais frequentemente utilizado para indicar a troca de uma escova de dentes é baseado na deformação das cerdas das escovas, ou seja, a partir do momento em que as cerdas se “abrem”. “Teoricamente as escovam perderiam a sua efetividade em remover o biofilme bacteriano (placa bacteriana), porém, mesmo assim não temos evidências científicas que comprovem esta afirmação.” Romito lembra que “infelizmente, muitas vezes não há evidência científica para todas as questões, talvez a melhor indicação de troca de uma escova de dentes seja quando ela apresente as cerdas deformadas (pouco, muito, também não sabemos) e/ou quando não seja mais possível ter as cerdas livres de mofos ou resíduos”. Entretanto, questiona Romito, “é melhor darmos para a população um parâmetro mais objetivo ou ficarmos com um mais subjetivo, porém que leve à utilização de um instrumento que pode não estar sendo efetivo?” Produção: Rosemeire Talamone Apresentação: Robert Siqueira CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB) Edição: Rádio USP Ribeirão
14 DIC. 2021 · E a escova para a higiene bucal deve ser macia e com as cerdas todas na mesma altura, segundo professor da Faculdade de Odontologia da USP Esta semana, o professor Giuseppe Alexandre Romito, da disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia (FO) da USP em São Paulo, fala sobre a escolha da escova dental para a nossa higiene bucal, qual o melhor produto e quanto tempo dura. O professor informa que a melhor escova de dente tem características básicas, como boa empunhadura, que mantenha firmeza e não escorregue, com a cabeça pequena e as cerdas na mesma altura e sempre macias, nunca as duras ou médias, mesmo elas existindo no mercado. “Nada de escovas com cerdas com diferenças na altura ou tridimensionais.” Segundo Romito, não existe uma específica que é a melhor do mercado, mas sim aquela que a pessoa mais se adapta e que remova a placa bacteriana. Sobre a troca da escova, a professor diz que ela deve ser feita de preferência a cada mês, no máximo a cada dois meses. Produção: Rosemeire Talamone Apresentação: Robert Siqueira CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB) Edição: Rádio USP Ribeirão
13 DIC. 2021 · Traumas dentais também podem causar escurecimento da coroa dental, portanto é importante sempre procurar um cirurgião-dentista para avaliar o caso No podcast desta semana a professora Mary Caroline Skelton-Macedo, mais conhecida como professora Maine, da Faculdade de Odontologia (FO) da USP em São Paulo responde ao questionamento de um ouvinte. O ouvinte conta que fez um tratamento de canal, ou seja, endodôntico, e o dente tratado ficou escuro e ele quer saber o motivo disso. Segundo a professora Maine, isso ocorre porque algumas substâncias utilizadas para o tratamento de canal pode escurecer a coroa do dente, mas alerta que atualmente existem substâncias que não têm mais esse efeito. Sobre a possibilidade do dente voltar a ficar na cor original ou próximo disso, o paciente precisa fazer um tratamento de clareamento dental, com supervisão do cirurgião dentista. “Se for mesmo o tratamento endodôntico o causador desse escurecimento, o cirurgião dentista terá que fazer esse tratamento também dentro da coroa.” Outra dúvida levantada pelo ouvinte é se o dente fica mais fraco com o clareamento e a professora informa que estrutura dental fraca é resultado do comprometimento do dente por cárie, da remoção do tecido careado e da restauração. “Na verdade o clareamento só vai ser estabelecido se houver estrutura para clarear que justifique
21 OCT. 2021 · Com o avanço da implantodontia no Brasil, cada vez mais pessoas que perderam um ou mais dentes optam pelo procedimento. Com isso, surgem dúvidas sobre quem pode se submeter ao implante, a durabilidade e até do que é feito o dente ou dentes de um implante. Para responder essas e outras questões enviadas por um ouvinte, o Momento Odontologia desta semana conversou com o professor Marcelo Munhóes Romano, da Faculdade de Odontologia (FO) da USP, em São Paulo. Ao responder do que é feito um implante, o professor diz que é importante lembrar que, assim como os dentes naturais, os dentes implantados são divididos em parte coronária e parte radiculária, ou seja, a raiz e a coroa. A coroa é aquela parte que se enxerga na boca e a raiz onde fica a sustentação do dente. “No implante a raiz é feita do metal titânio em formato de um parafuso, já a parte coronária, quer dizer, a prótese sobre o implante pode ser feita de diversos materiais, como por exemplo, cerâmicas e a zircônia. Atualmente a novidade são as resinas impressas em impressora 3D. O professor afirma que toda ausência dentária pode ser substituída por implantes, o que vai trazer a vantagem de não precisar unir o dente substituto aos dentes vizinhos ou não precisar desgastar os dentes vizinhos. “Os implantes são alternativas ao tratamento mais conservador e também trazem uma vantagem grande dos dentes ficarem isolados para higienização.” Os cuidados com os implantes são basicamente os mesmos que se tem com os dentes normais. A prevenção, nesse caso, diz o professor, é a manutenção das condições bucais saudáveis, por isso uma boa higienização, utilizando as mesmas técnicas feitas com os dentes normais é muito importante, além das visitas regulares ao dentista. Os implantes são planejados para não serem substituídos, para eles durarem, todavia, o que pode levar a uma possível substituição, são fatores relacionados à questão biomecânica, desgastes, por exemplo, questões biológicas, que não estão, lógico, no nosso planejamento, ou questões relacionadas a prótese, que nesse caso são retratáveis sem perder os implantes. De acordo com o professor Romano, colocar implante não está relacionado à idade e sim a questão numérica. “É claro que com a idade, a nossa reparação tecidual é mais lenta, o que deve ser levado em consideração na estratégia do tratamento, mas, não é uma contraindicação e sim um cuidado.” Produção: Rosemeire Talamone Apresentação: Robert Siqueira CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB) Edição: Rádio USP Ribeirão E-mail: ouvinte@usp.br
30 JUN. 2021 · Esses adornos podem gerar diferentes tipos de problema, a depender do local onde são colocados. Na língua, por exemplo, além de uma chance maior de infecção ou dano local, eles estão associados às fraturas dos dentes, informa especialista O podcasthttps://jornal.usp.br/series/momento-odontologia/desta semana recebeu a professora Mariana Minatel Braga Fraga dahttp://www.fo.usp.br/?lang=en (FO) da USP para falar sobre o uso de piercing na região da boca, como dentes, lábios e língua, e os possíveis prejuízos que eles podem causar para a região bucal, principalmente, se não receberem cuidado adequado. Por isso, em alguns países, como os Estados Unidos, o uso de piercing nesta região é contraindicado. Conta a professora que “os piercings podem gerar diferentes tipos de problema, a depender do local onde são colocados”. Na língua, por exemplo, além de uma chance maior de infecção ou dano local, eles estão associados às fraturas dos dentes. Na região dos lábios, os piercings estão associados com retrações gengivais, em função do trauma que acontece repetidamente entre o piercing e o tecido gengival. Já os que são colocados nos dentes se tornam um grande empecilho para a higiene do local. Além desses possíveis problemas, os piercings podem estar associados a problemas na fala, mastigação e em todas as funções orais. “Como ele é um objeto estranho e não usual, é possível que o corpo não se adapte. Caso isso ocorra e dure um longo período, “a recomendação é que se remova o piercing”. Produção e Apresentação: Rosemeire Talamone CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB) Edição Sonora: Gabriel Soares Edição Geral: Cinderela Caldeira
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