Das profundezas de seus desejos, que são tanto mais ardentes quanto mais tarda sua realização, as almas do Purgatório, agora nas vésperas da libertação, entoam o prelúdio de seu cântico triunfal. Chama-as Nossa Senhora, espera-as o Salvador. Como os pássaros saúdam o sol nascente, cujos primeiros raios embranquecem o horizonte, - como o piloto, pelos perfumes da brisa, sente estar perto a praia que ainda não vê, - como o ouvido educado às delicadezas da harmonia se deleita só de ouvir os primeiros acordes de um anunciado concerto: assim as pobres almas, tendo chegado ao término de seus longos martírios, são todo atentas aos últimos preparativos, - pressentem, quase antegozam a prometida beatitude, embora estejam ainda angustiadas pelos derradeiros tormentos com os quais se purificam das últimas manchas, até saldar todas as dívidas com a justiça eterna. E o cúmulo de sua indizível consolação está nisso, que o predileto Senhor reserva para si o último retoque, que as deve tornar dignas da Corte Celeste. O ser salvas é uma alegria imensa; mas ser salvas por um tal Salvador, é isto um fato que desperta nas almas do Purgatório sentimentos inteiramente novos. Quem poderá dar-nos uma idéia deste último instante passado no Purgatório antes de alçar vôo para as regiões celestiais, afim de passar do profundo nada à sublimidade da glória; - da profunda miséria à abundância dos bens; - da tétrica escuridão da pena à candura imaculada dos eleitos; - da profunda resignação aos gozos de um inefável convívio; - do profundo reconhecimento pelo passado à gratidão pela posse da eterna felicidade; - dos profundos gemidos à harmonia perfeita da suprema beatitude? Ó Coração adorável de Jesus, instantemente vos suplicamos, para estas queridas almas sofredoras, a hora da eterna alegria. Rezar: - 1 Pai Nosso - 1 Ave Maria - Salmo “De Profundis”
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