FISIOLOGIA - NEUROIMUNOMODULAÇÃO

29 de sep. de 2020 · 8m 22s
FISIOLOGIA - NEUROIMUNOMODULAÇÃO
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Boa noite, no episódio de hoje do nosso podcast iremos discutir o assunto de Neuroimunomodulação, assunto que vem sendo bastante discutido no meio científico e acadêmico, e vamos entender um...

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Boa noite, no episódio de hoje do nosso podcast iremos discutir o assunto de Neuroimunomodulação, assunto que vem sendo bastante discutido no meio científico e acadêmico, e vamos entender um pouco mais sobre a influência do sistema imune sobre o sistema nervoso central.
Para iniciarmos a discussão vamos relembrar um pouco sobre as funções do sistema imune e do sistema nervoso central.

Falando de sistema imune, sabe-se que este é conhecido como a defesa do nosso corpo é formado por uma grande quantidade de células, como macrófagos e neutrófilos, além de moléculas responsáveis por reconhecer um antígeno e desencadear uma resposta efetora diante desse estímulo. Essas células e moléculas destroem ou inativam o antígeno e, portanto, são fundamentais para garantir a defesa do corpo contra infecções e tumores. Além
das células livres, o sistema imunológico possui estruturas individualizadas, tais como linfonodos e baço.

Outro ponto importante sobre o sistema imune são as respostas
imunes, adaptativa e inata. A imunidade inata é aquela que gera uma resposta rápida a determinados estímulos. Esse tipo de imunidade não é dependente de um contato anterior com agentes agressores e também não se altera após o contato. Os principais mecanismos da imunidade inata são a fagocitose, a liberação de mediares
inflamatórias e a ativação de algumas proteínas. Os macrófagos e neutrófilos
são exemplos de estruturas que garantem essa defesa. Já a resposta imune adaptativa, por sua vez, é aquela que depende da ativação de células
especializadas, principalmente os linfócitos. Esse tipo de resposta imune
apresenta como características a especificidade do reconhecimento, capacidade de memória e resposta especializada. Esse tipo de imunidade necessita de anticorpos, que são moléculas que participam da destruição e neutralização de partículas estranhas.

Falando de sistema nervoso central é importante relembrar que este
é responsável por receber e transmitir informações para todo o organismo.
Podemos defini-lo com a central de comando que coordena as atividades do corpo. É formado pelo encéfalo e medula espinhal. Podemos dizer que ele localiza-se dentro do esqueleto axial, mesmo que alguns nervos penetrem no crânio ou na coluna vertebral. O Sistema Nervoso Central é protegido por partes ósseas. O encéfalo é resguardado pelo crânio e a medula espinhal pela coluna vertebral.

Após essa breve revisão sobre os snc e o sistema imune vamos seguir agora com a nossa discussão sobre neuroimunomodulação.

O caminho de interação entre os sistemas nervoso, endócrino e imune é muito conhecido pelos efeitos que o estresse tem sobre a imunidade,
aquele relacionado aos efeitos produzidos pela ativação do sistema imune sobre o sistema nervoso não o é. E, no entanto, sabe-se hoje da presença de citocinas e de receptores para as mesmas, nos SN SI fato que, provavelmente, justifica as alterações neuroquímicas e comportamentais que acompanham processos infecciosos20,21. Esta interação sugere um papel imunoregulatório para as
citocinas no cérebro, e um papel do sistema imune nas aferências sensoriais. Talvez por isso, anomalias na função imune já tenham sido arroladas como fatores relevantes para a manifestação e/ou modulação de algumas doenças psiquiátricas como ansiedade, depressão, esquizofrenia e autismo; ou seja, alterações imunes são capazes de modular a atividade neuronal e, consequentemente.

O sistema imunológico produz mensageiros químicos (citocinas) que
desempenham um papel crucial em mediar as respostas inflamatórias e imunes e também servem como mediadores entre os sistemas imunológico e neuroendócrino. As citocinas pró-inflamatórias, liberadas na periferia, estimulam o SNC ativando o eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal), consequentemente levando à produção de corticosteroides por parte da glândula adrenal. Dessa forma, a resposta ao estresse regula o sistema imunológico quando uma resposta imune não mais é necessária. As interrupções nessa alça regulatória
desempenham um papel importante na susceptibilidade e resistência às
doenças autoimunes, inflamatórias, infecciosas e alérgicas.

A liberação do cortisol a partir do córtex adrenal, das catecolaminas
a partir da medula adrenal e da norepinefrina a partir dos terminais nervosos prepara o indivíduo para lidar com as demandas dos estressores metabólicos, físicos e/ou psicológicos e servem como mensageiros cerebrais para a regulação do sistema imunológico.

O sistema imunológico também desempenha um papel importante no
sistema nervoso central em relação à sobrevivência e morte neuronal. As
citocinas podem atuar no SNC como fatores de crescimento neuronal e como neurotoxinas, desempenhando, portanto, um papel em doenças como Demência de Alzheimer, neurais, e trauma cerebral.

Excelente discussão colegas, dessa forma percebe-se que o sistema
imune pode funcionar como um órgão sensorial difuso e dinâmico em constante adaptação, que capacita o SNC a receber e processar estímulos e mensagens que, de outro modo, não seriam por ele percebidas através das vias sensoriais clássicas. Mais especificamente, permitiria ao SNC reações adaptativas na presença de processos imune/inflamatórios infecciosos ou não. Foi muito bom estar com vocês no episódio de hoje, obrigada e até o próximo
podcast.
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Autor Paula Hellen
Organización Paula Hellen
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